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Skinheads irão à Júri Popular em São Paulo

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Por Toddy Wander – Movimento Anarcopunk de SP

 

Nos próximos dias 1, 2, 3 e 4 de julho de 2014, será realizado o julgamento dos quatro skinheads que atacaram diversas pessoas em um evento em repúdio à homofobia e ao racismo, no centro de São Paulo, em 26 de fevereiro de 2011. O julgamento acontecerá no Fórum Criminal Min. Mário Guimarães, na Av. Dr. Abraão Ribeiro, 313, São Paulo/SP.

O ataque ocorreu durante a Jornada Anti-Fascista, organizada desde o ano 2000 pelo Movimento Anarcopunk de São Paulo. O evento se dá em homenagem ao adestrador de cães Edson Neris da Silva, homossexual que foi espancado até a morte em 6 de fevereiro de 2000, na praça da República, centro de São Paulo.

“Eles nos vigiavam desde o início das atividades na Praça da República. Faziam saudações nazistas e ameaças em público”, contou uma testemunha.

Uma das vítimas é deficiente e não tem uma das pernas. Ele foi atacado a 500 metros antes do local do evento, na rua Anita Garibaldi, em frente ao Corpo de Bombeiros, na Praça da Sé.

“Eles gritavam: vamos arrancar a perna dele – referindo-se a prótese usada pela vítima – então fui atingido com um taco na cabeça e desmaiei, acordei quando estava sendo atendido pelos bombeiros”. Disse a testemunha.

Ainda segundo ela, as pessoas gritavam: Eles agrediram um rapaz na frente do Corpo de Bombeiros. Estão vindo os skinheads!. “Era clara a intenção de matar. Não só pelas armas que carregavam, mas também a forma como golpeavam. Eles contavam as vítimas, diziam ‘menos um macaco’.”

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Um rapaz foi ferido de forma muito profunda no braço. Outro foi esfaqueado no abdômen e a quarta vítima esfaqueada na cabeça. A faca atravessou o crânio e atingiu o cérebro.

 

Os skinheads foram presos com uma espingarda de chumbinho, munição, dois facões, uma faca, três canivetes, um soco inglês e uma machadinha.

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Uma das armas trazia um símbolo nazista e a inscrição “Impacto Hooligan”, um grupo neonazista envolvido em outros crimes e já conhecido pela polícia paulista por perseguirem negros, gays, imigrantes e nordestinos.

 

Jorge Gabriel Gonzales, Milton Gonçalves do Nascimento Júnior, na época com 20 anos, Raphael Luiz Dierings, de 18 e Rogério Moreira, de 23 foram presos em flagrante. Um adolescente, 17, foi encaminhado à Fundação Casa após confessar participação, e liberado depois de cumprir medidas sócio educativa.

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Um sexto acusado conseguiu a suspensão do processo. Ele tem envolvimento no atentado a bomba que feriu 21 pessoas após a Parada Gay de 2009. Todos os acusados, mesmos presos em flagrante por tentativa de homicídio, aguardam o julgamento em liberdade.

É triste ver a forma subjetiva com que o judiciário brasileiro trata protagonistas de crimes hediondos como esse. Além das agressoes e das tentativas de homicidio, há também do crime de prática de nazismo, fato pouco considerado pelas autoridades.

Segundo leis internacionais das quais o Brasil é signatário, em especial o Estatuto de Roma, bem como leis brasileiras a exemplo das nºs 7.716 e 2.889, crime de homicídio praticado com foco a perseguir um grupo específico de pessoas sistematicamente (por cor, raça, etnia, religião, orientação sexual ou condição social) devem ser severa e exemplarmente punidos.

É o que esperamos.

 

 

Negro Belchior


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